O Universo das TI’s estará doente? Será que Open Source dará a Cura?

Será que o universo das TI’s estará mesmo doente? Muitas vezes, quando ouvimos falar na palavra “Custos”, achamos que é uma palavra feia de escutar, por vezes até nos isolamos quando ouvimos falar dela.

Nos dias de hoje, quando associamos a economia das nossas organizações à imagem do país, vemos que o Estado está cada vez mais numa de política de Racionalização de Custos e que é certo que acabamos por copiar essa tendência.

Quando me perguntam como vejo a economia do país, e se acredito se voltará a crescer, por norma respondo sempre da mesma forma: “é preciso saber dosear o oxigénio, para que o doente possa recuperar e crescer!”. Por vezes fazemos esta comparação de que a economia está doente e que se calhar a medicação que lhe estamos a dar o torna doente ainda mais doente. Acho que aqui prefiro a comparação do oxigénio, se o doente precisa respirar, se precisa de oxigénio e ao mesmo tempo estamos a dizer que não temos oxigénio suficiente para lhe dar, esse oxigénio é, e, sempre foi e será, o sistema financeiro.

Todos nós como consumidores de bens e serviços sabemos que os monopólios e os oligopólios nunca favoreceram a parte do cliente. Nas organizações acaba por ser muito mais frequente as migrações constantes dos sistemas e constatamos que todos os sistemas residuais estão a desaparecer, confirmando, assim, que as organizações estão a consolidar os seus parques tecnológicos em duas tecnologias: Sistemas Proprietários ou Sistemas Open Source, ou de, uma maneira mais literária, Windows ou Linux.

 

Sistemas Proprietários

Os Sistemas Proprietários, numa das faces mais visíveis, Windows, é um modelo de negócio, cujo seu desenvolvimento de software é fechado, e proprietário, neste caso pela própria Microsoft, e, vocês perguntam: porque é que o seu desenvolvimento é fechado?

Simples, porque tentam ao máximo proteger o seu código fonte, para que os utilizadores fiquem bloqueados aos fabricantes de Software, além de terem licenças aplicadas com mais custos adicionais para o seu uso, quer por parte do uso e suporte, que também por sua vez nos podem impor certas regras. Por norma, cada aplicação ou pacotes de aplicações serão sempre acrescidas mais licenças, ou seja, o Windows como sistema base está associado a uma licença, o Suite do Office estará associado a uma outra licença. Ora, se estamos a falar em mais licenças, estamos falar em mais custos.

 

Sistemas Open Source

Os Sistemas Open Source, numa forma mais visível, o Linux, é visto como concorrente da Microsoft. Veio ao longo dos anos a crescer, e, a ser uma das tecnologias mais adquiridas, chegando mesmo a todo o lado: cada vez mais temos uma fonte de Linux mais próxima de nós, pois encontramo-la, nos nossos telemóveis, nas empresas nos datacenters, nos Bancos, nos Ministérios do Estado, até nas ferramentas Web que usamos no dia-a-dia, como o Google, Facebook, Amazon, entre outras.

O índice de desenvolvimento dos sistemas abertos é muito superior ao dos sistemas mais proprietários, porque tem uma comunidade, que podemos ser todos nós, sempre disponíveis para avançar com novas versões e actualizações, disponibilizando sempre com uma maior abertura ao seu código fonte.

Embora tenhamos esta mesma visibilidade de penetração do Linux no mercado, também é verdade que ainda existe ainda uma grande resistência por resolver, mais concretamente no que diz respeito ao Linux nos Desktops e Laptops, onde os utilizadores acabam por bloquear por completo, que é o caso da Suite da Microsoft Office, Microsoft Word, como Processador de Texto, Microsoft Excel, como folha de cálculo.

Ao contrário dos sistemas proprietários, no Open Source temos total liberdade:

  1. Executar qualquer programa para qualquer finalidade;
  2. Modificá-lo e adaptá-lo para as nossas necessidades, pois permite-nos o acesso ao seu código fonte;
  3. A liberdade de distribuição, sem ter qualquer tipo de problemas com pirataria de software;
  4. Liberdade de aperfeiçoar, quer a distribuição, quer as suas aplicações de modo que toda a comunidade beneficie dessa liberdade, mantendo sempre o seu código com abertura.

São estas a quatro liberdades que foram idealizadas por Richard Stallman, embora no caso das organizações eu acrescente um quinto que corresponde à capacidade de escolha de quem nos vai dar suporte ou mesmo até avançar com suporte próprio. O open source acaba por ser um sistema, uma solução de menor custo, aliás, tem diversas distribuições para as diversas linhas de negócios, mas, também tem distribuições não gratuitas.

Nas migrações, no caso do open source, elas incidem de igual forma, como já referi anteriormente no meu outro artigo, quando falava nos tipos de migração das tecnologias para as Clouds.

Posto isto, temos então estas alternativas: Sistemas Proprietários e Sistemas Livres ou Open Source. E o mais bonito disto tudo é que temos a capacidade de decidir, não deixando que os custos excessivos tracem a sentença das nossas organizações. E, se é verdade que estamos sempre sujeitos a um budget para o nosso departamento, para o parque tecnológico, também é verdade que temos algo mais poderoso, que é o poder de escolher e o poder de preferir qual destes dois sistemas iremos optar.

Então, qual deles é que vamos alimentar melhor?

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