Realidade Aumentada na Web?

Neste momento da História, todos os profissionais de Realidade Aumentada não estão concentrados em vender ou fazer negócio – gastam muito do seu dia a mostrar o potencial da tecnologia, a apresentar bons exemplos, a desmistificar conceitos e medos – em súmula, a evangelizar.

Sofremos bastante neste percurso, até porque existem muitas utilizações de Realidade Aumentada (RA) e muitos mais géneros de pessoas. “Ai, mulher, esses óculos parecem pesadíssimos…”, “Ah, que giro… Posso agarrar?”, “Epá, isto é – Zé, vem aqui ver isto!”  são frases audíveis num evento de demonstração. Mas a pior de ouvir é “Olhe, mas para ver, temos de instalar a app, não é?”, que normalmente antecipa uma expressão de desilusão na cara do utilizador e alguma tristeza à mistura.

Neste momento da História, para visualizarmos uma experiência de Realidade Aumentada, precisamos de a ativar a partir de aplicativos mobile. Pode ser a app da empresa, apps genéricas como a NextReality, a Aurasma ou a Wikitude… Isso implica uma proatividade que não se coaduna com a velocidade de uns nem com a falta de MB no telemóvel de outros.

Alguns teóricos apontam essa dificuldade de aceder livremente às experiências de RA como a principal razão da tecnologia ainda estar muito orientada ao B2B. Tivemos uma exceção: Pokemon Go, 900+ milhões de downloads da app, 5 recordes do Guiness quebrados. Mas é só uma a exceção e não fez escola.

De facto, se pudéssemos aceder à RA como acedemos a sites, seria bastante mais fácil testarmos experiências só porque nos parecem curiosas ou quando nos são propostas casualmente. Imagine se pudéssemos jogar o Monopólio em Realidade Aumentada? ou laser tag por todas as ruas e avenidas que nos apetecer? ou até transformar a nossa casa numa masmorra de filme de terror? – tudo com um toque no telemóvel?

No mês passado, a Google publicou a sua primeira experiência de Realidade Aumentada através da Web. É apenas um protótipo, mas indica o caminho que pode trazer mais e mais utilizadores a mais espaços, de forma até partilhada com outras pessoas.

Pessoalmente, acredito que 2018 será o ano dessa mudança e que teremos cada vez mais um foco nesta tecnologia – para que em 2019 possamos assistir ao aparecimento de motores de busca de Realidade Aumentada, que nos facilitem a pesquisa e filtragem de experiências de Realidade Aumentada à nossa volta.

Contudo, seja por aplicações, web ou através de projeção, todas as experiências de RA ou Realidade Virtual precisam de algo muito concreto: valor. Valor que ultrapasse o investimento de tempo e expectativa que fazemos nelas. Ora isso não se resolve apenas com tecnologia e neste momento da História, devemos começar a pensar nessa outra componente.

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