A Tecnologia da Informação nos trouxe maior conectividade e consequente avalanche de informações que nos alcançam por todos os lados. São alertas de e-mails, lembretes de compromisso, indicadores de status e presença, janelas de pop-up, mensagens instantâneas, SMS, etc.
Muitos acreditam serem altamente produtivos por conseguirem responder, ou pelo menos reagir, a todos esses estímulos ao longo do seu dia.
Ao invés de sugerir receitas de produtividade, façamos uma breve análise sobre o funcionamento neurológico do mecanismo de atenção do nosso cérebro.
Nosso córtex pré-frontal é a parte do cérebro responsável pela atenção e pode operar em dois modos distintos: 1) Através de um sistema de vigilância permanente que monitora o ambiente mesmo durante o sono; 2) Através da vontade focada quando resolvemos nos concentrar em algo que estamos fazendo ou esperando acontecer.
Para ativar a atenção, o cérebro libera a dopamina, neurotransmissor envolvido no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição e memória.
A questão é que o mesmo córtex pré-frontal possui uma capacidade inata para a novidade, certamente, devido ao seu sistema de vigilância. Assim, ao mesmo tempo em que responde pela atenção, pode ser facilmente distraído.
Ao se distrair e mudar de tarefa, o cérebro libera cortisol e adrenalina, respectivamente os hormônios do estresse e luta/fuga, além de queimar muita glicose oxigenada, gerando desgaste e cansaço. Além disso, quando estamos no “modo” multitarefa, o registro da memória fica prejudicado porque a informação deixa de ser enviada ao hipocampo, que é responsável pela sua ampla categorização.
Diante disso, estaremos ajudando bastante nosso cérebro e sendo, efetivamente, espertos se desligarmos os fatores de distração ao nosso redor e nos dedicarmos a pensar e refletir mais demoradamente sobre o trabalho ou leitura que estivermos realizando.
Fonte: Livro A Mente Organizada, de Daniel J. Levitin.
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