A “digital transformation” começou muitos anos antes da própria expressão ter sido cunhada ou referida pela primeira vez.
Expressões como esta têm geralmente origem num autor ou palestrante, que a utilizam publicamente até que alguém repara. A partir daí a proliferação é rápida e chegam a públicos muito diversos e adquirem significados variados, muitas vezes diferentes dos originais, o que é bom, pois isso leva ao debate público e o tema ou temas são investigados, difundidos e desenvolvidos.
Se estamos do lado de um potencial fornecedor de soluções “digital transformation”, não podemos deixar de usar a expressão, pois corremos o risco de parecermos ultrapassados ou desajustados da realidade, com as consequências negativas que isso pode ter no mercado.
Se, por outro lado, estamos na posição de potenciais clientes ou utilizadores de “digital transformation”, é também quase impossível deixar de dar atenção ao tema, pois é assim que nos é apresentado, sob risco de parecermos também uma empresa excessivamente conservadora e, em consequência disso, podermos perder a atratividade – para bons clientes e colaboradores interessantes, ou mesmo a competitividade.
Mas… e há sempre um, a Digital Transformation é mesmo muito mais do que pode parecer à primeira vista. Porquê? Porque a maior parte dos fornecedores de tecnologia, seja hardware, software, comunicações, quaisquer outras ou um misto de todas ou de algumas, estão atentos a estas tendências e passam a utilizar a expressão para evitarem correr os riscos atrás referidos.
Sempre que uma nova tecnologia – desde sempre e em todo o lado – entra no mercado e nas organizações, há uma consequência normal em termos de reação dos colaboradores, relacionada com a mudança e, consequentemente, com o receio de terem dificuldade na adaptação ou mesmo de se verem substituídos pela tecnologia em causa. Receios esses muitas vezes reais e sustentados na experiência pessoal ou no conhecimento da história, pelo menos desde o início da Revolução Industrial.
Tem naturalmente mais receio quem é avesso à mudança, quem não quer adaptar-se ou desenvolver-se e quem, infelizmente, tem limites de diversa natureza – financeira, cognitiva ou outra – que o impedem de se desenvolver e adaptar às novas tecnologias ou às mudanças em geral, na medida da necessidade.
A verdade é que o progresso e, neste caso, a evolução suportada em tecnologia digital, nomeadamente a Inteligência Artificial, não vai parar e é uma grande oportunidade para as organizações adaptarem e desenvolverem as suas organizações e os seus modelos e processos de negócio, adequarem as suas estruturas socioeconómicas, ajustarem as suas políticas internas, entenderem e adequarem-se mais depressa aos padrões e tendências dos consumidores e, em geral, reverem a sua cultura organizacional.
Tudo isto? Tantas oportunidades? E ainda há quem diga que está na “digital transformation” apenas porque vende ou compra uma qualquer nova tecnologia! Não! A Digital Transformation é muito mais do que só isso, é também todo um processo de mudança cultural, em especial ao nível da liderança das organizações!
Como é que uma organização consegue planear e fazer esta transformação se não pode parar o seu negócio? Parece tão difícil como mudar o motor de um automóvel em andamento na autoestrada!
A organização que precisa de se transformar, para se manter ou tornar mais competitiva, deve procurar parceiros, em vez de fornecedores, e deve assegurar-se que esses parceiros podem ir para lá do simples fornecimento e implementação das novas tecnologias. Terá ainda que garantir um plano de comunicação de excelência, quer a nível interno como junto do mercado e, cuidado, antes de se transformar, deve determinar o caminho em função do que o seu mercado pretende, tendo em conta as tendências, os problemas, os desejos e as necessidades daqueles que pretende que sejam os seus clientes, no presente e no futuro.
Pode parecer um caminho tortuoso – e pode ser, ou não, dependendo de quem temos como parceiros!
Vá lá, adaptem-se!
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