Tudo digital, todo o tipo de dados, num ciclo de vida inteiramente digital. Da criação à partilha, do arquivo à destruição. Todos os dados, muitos dados, partilhados como nunca, transferidos a velocidades nunca vistas, a gerarem informação e, potencialmente, conhecimento. Esta realidade digital, transformativa, disruptiva como nunca, diferenciadora de competências e capacidades competitivas, garante a própria sobrevivência das organizações. Para aquelas que forem capazes de adotar a digitalização, não como um paradigma, estratégia, ou outro palavrão equivalente e inconsequente, mas como elemento que suporta a própria existência.
Somos Seres Digitais, Precisamos de Organizações Digitais
A música que é criada e armazenada, desde a primeira nota, em formato digital. A portagem que pagamos, as notas da escola dos filhos, as centenas de fotos do casamento da prima que nunca vimos. As notícias que nos chegam ao tablet e que não queremos saber, os impostos processados e cobrados, a consulta no dermatologista, a viagem para visitar a tia nos Açores. O último episódio da novela das dez horas que vamos ver às onze. Este artigo, neste website, nesta página na rede social, no smartphone, no relógio inteligente: Digital, Digital, Digital.
Cada vez mais dados digitais, gerados mais rapidamente, por mais pessoas. Mas para tornarmos esses bits e bytes em algo realmente útil para uma organização, precisamos de os dissolver com processamento, gerando, assim, informação. Juntando esses resultados com pessoas qualificadas obtemos conhecimento. Conhecimento que permite suportar decisões acertadas e processos eficientes, em qualquer organização, ou melhor, em qualquer organização digitalizada.
Digitalização ou Fim de Linha
Não existe modelo organizacional, que se deseje competitivo e com futuro, que não tenha que adoptar de forma consistente e abrangente a digitalização. Digitalização de processos, de relações automáticas com fornecedores, de vendas e compras instantâneas, da produção, de reclamações nas redes sociais. É por demais claro, desde há alguns anos, que este não é um caminho. É hoje óbvio que este é o único caminho. Por vezes na continuidade, algumas vezes de forma bastante disruptiva. Caminho percursor de novas ideias, de gerador de conhecimento, de mais clientes ou melhores clientes. Novas formas de interagir com o Estado, com os Bancos, com os Supermercados, com as Escolas, com os Restaurantes.
Se não os consegues vencer, “Digitaliza-te” (ou se calhar, não)
Mas a experiência, e os casos de sucesso, demonstram que não basta aplicar a digitalização a qualquer modelo de negócio, a uma forma de pensar e atuar tradicional, a uma organização sem dinâmica e que como por magia tudo se transforma! Só porque uma qualquer empresa, lançou com sucesso um modelo de negócio inteiramente digital, não basta às empresas tradicionais desta área adotarem um caminho semelhante para que obtenham resultados equivalentes. Não basta a um hotel abrir uma conta no Facebook ou no Booking.com, se a forma como trabalha não tira proveito ativamente desses meios, ou pior, mantém tudo o resto como sempre esteve. Sem ajustamentos à nova dinâmica, aos clientes digitais e à exigência deste novo mundo, é garantido que algo vai correr mal. Muitos de nós ainda se recordam do processo de transição, em todas as organizações, do papel para o digital, da fotocópia para o email. Se um relatório financeiro, que estava originalmente no papel, é mau, não será pelo fato de o podermos partilhar mais eficazmente que conteúdo é melhorado… O que na verdade ocorre é que os efeitos desse relatório incorreto vão afetar a organização mais depressa.
Digitalizar um negócio sem alterar processos ou comportamentos, é uma boa opção para acelerar a forma como a organização faz as coisas mal, ou seja vai fazer tão mal como dante, mas mais rapidamente, no pior dos cenários é um excelente (e caro) acelerador para a falência.
A adopção da digitalização, e tudo o que daí, pode resultar, tal como bem explicado noutros artigos neste spot, não garante o sucesso só por si. Por exemplo, seja a Cloud ou a “Internet das Coisas”, falamos de “simples” ferramentas que tiram proveito desta nova forma de gerir uma organização ou facilitam a implementação do processo de digitalização. Nem num caso, nem noutro, são os meios que vão revolucionar uma organização. Mas se essa organização tiver as ideias corretas, essas ferramentas irão sem dúvida alavancar todo o processo.
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