Gerir empresas competitivas é também gerir empresas de Sistemas de Informação

A gestão de empresas está, atualmente, a viver um conjunto de dilemas diários de mercado, tendo em conta que a pressão sobre a atividade empresarial obriga, cada vez mais, a ter tomadas de decisão em menos tempo e, por vezes, “naquele momento”.

O mercado é global, a concorrência é cada vez maior, os produtos de substituição ou produtos alternativos são cada vez mais e diferenciados, a especialização ou a polivalência empresarial são desafios que têm impacto direto na organização, o outsourcing de processos core ou não core são avaliações tradicionalmente desafiantes, os hábitos de consumo e os ciclos de vida dos produtos são cada vez mais curtos, as tecnologias disruptivas ou a evolução tecnológica colocam um desenquadramento funcional dos recursos humanos e técnicos, entre outros dos muitos exemplos que se pode dar acerca do movimento atual da competitividade empresarial. Uma coisa é certa, que não acompanhar, fica arredado do campeonato do sucesso, estando condenado a médio-longo prazo.

A pressão recai sobre a forte necessidade de ter uma empresa ágil e eficiente, porque o ser eficaz, se já não era suficiente, hoje e no futuro será ainda menos. Para isso, as organizações terão de compreender que a gestão das empresas já não se faz apenas com bons gestores de negócio, mas cada vez mais com bons gestores de Informação, onde os CIO ou CTO são peças fundamentais em crescimento no “xadrez político” da organização.

Quem lidera uma empresa deve “exigir”/procurar ter uma equipa de Sistemas de Informação dinâmica, com ambição, com visão de negócio e com capacidade de liderar processos. Os gestores, hoje em dia, têm de olhar para os Sistemas de Informação como ferramentas essenciais para a competitividade, tal como são o Marketing, a Logística, ou as Operações. Apesar de tradicionalmente os Sistemas de Informação serem vistos como atividades de suporte (tradicional Cadeia de Valor de Michael Porter), na realidade as Tecnologias são de Suporte, e os Sistemas de Informação aparecem com um papel de atividade core nas empresas, uma vez que é a sua implementação profunda e ágil, que torna a empresa mais eficiente e, consequentemente, mais competitiva.

Porter's Value Chain

Neste âmbito, quem gere empresas tem de saber gerir Sistemas de Informação! E gerir Sistemas de Informação obriga a ter um conhecimento (pelo menos) funcional de tecnologias, de implementação de projetos, de arquiteturas tecnológicas e de enquadramento visionário de adequação das futuras/novas tecnologias ao seu negócio. Parece simples de entender, mas certamente não é fácil de executar, ou de aprender. Sendo exagerado nos termos, quem vem das áreas de gestão não entende “bit ou byte, sql ou java”, tal como quem vem das áreas tecnológicas não entende “EBITDAs, ROI ou NPV”. E é esta a distância entre quem percebe (ou não) da importância de mudar a sua gestão, para uma gestão empresarial baseada em modelos de eficiência de processos de informação. Os modelos de gestão dos anos 80 ou 90 começam a estar ultrapassados, pois partiam de princípios não informatizados, pelo que a esses modelos se tem de aplicar princípios de eficiência tecnológica e de otimização/simplificação de procedimentos. Parece “simples”, mas não é certamente, pois a realidade de cada empresa é diferente e a implementação de uma estratégia de Sistemas de Informação como ferramenta de alinhamento entre o negócio e os SI tem alguma complexidade de estruturação e de execução.

Acima de tudo, o mindset de quem gere empresas tem de mudar para um pensamento mais orientado a uma gestão empresarial de (e com) Sistemas de Informação. É essa gestão contínua que fará o crescimento das vantagens competitivas da empresa!

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