Desde sempre, o Homem procurou ultrapassar as suas limitações recorrendo a ferramentas. Pedras para retalhar animais, rodas para transportar cargas, lentes para ver mais longe, motores para interligar o mundo, computadores para realizar mais cálculos.
Todas estas tecnologias tiveram como inspiração, a necessidade de complementar a capacidade intelectual e física humana e ultrapassar os nossos limites. Com o advento da Inteligência Artificial e da Robótica, e a atual acessibilidade a estas disciplinas, é cada vez mais simples e eficiente estender as nossas capacidades, muito para além dos nossos limites.
Um computador já não depende apenas de quem o programa, uma cadeia de produção dos operários que a controlam. Esse é o verdadeiro valor destas novas ferramentas, a potencialidade para definir novas fronteiras, quebrar todos os limites. Seja com robots que possibilitam a exploração dos oceanos e planetas, realizam cirurgias ou constroem carros mais baratos. Ou através da extensão da nossa inteligência, recorrendo a algoritmos e computadores, para descobrir novos planetas, novos medicamentos, reduzir o crime ou desenvolver empresas mais eficientes.
Deixando de parte as questões mais ou menos filosóficas e as discussões bastantes vezes inspiradas em maus livros de ficção científica, o que realmente importa é que as organizações entendam qual o impacto desta nova revolução. Como é que a Robótica e a Inteligência Artificial poderão tornar-se um fator diferenciador, uma extensão das capacidades e qualidades dessa organização? Fará mais sentido contratar mais empregados ou apostar nos já existentes? Substituir pessoas por máquinas e algoritmos inteligentes para aumentar a produtividade ou melhorar um serviço? Apostar na formação dos empregados ou na aprendizagem das máquinas?
As respostas não são simples. Como quase nunca são quando encaramos tecnologias complexas e ainda algo incipientes, onde tudo parece estar por inventar e fazer. Onde tecnologias, princípios morais ou responsabilidades sociais se misturam e colocam em causa a compreensão do real valor resultante da implementação destas novidades.
Os exemplos de sucesso a nível da Inteligência Artificial ou Robótica da Google, Tesla, DHL ou NASA são fascinantes, mas ainda pouco aplicáveis à realidade das nossas organizações e são apenas um vislumbre mediático do que poderá ser conseguido (assim continue o exponencial crescimento da capacidade de computação, armazenamento e comunicações).
A Inteligência Artificial, Robótica, suportadas pelas subdisciplinas associadas a estas áreas (Neural Networks, Impressão 3D, Machine Learning, …) e outras complementares (Analytics, IoT, Cloud Computing, Realidade Aumentada, …) serão a médio prazo absolutamente fundamentais para todas as organizações, de qualquer tipo ou dimensão, em qualquer recanto do mundo.
2018 vai ser um ano chave. Esta é a altura ideal, na maioria dos casos ainda não para implementar estas tecnologias, mas para avaliar se e como fará sentido utilizá-las nas organizações. Por outras palavras, este é o tempo ideal para observar, para aprender com os visionários e, entretanto, preparar a organização, as pessoas, as tecnologias, os processos, para este novo mundo. Não o mundo dos heróis e vilões da “Guerra das Estrelas” ou “Matrix”, mas o mundo real, onde aqueles que souberem entender, integrar e aproveitar o extraordinário potencial destas novas tecnologias, aqueles que conseguirem estender os músculos e neurónios humanos a novos limites, serão os vencedores!
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