Relatório da Mazars avalia riscos globais de cibersegurança

– Estudo global da Mazars mostra que mais de metade dos líderes C-suite (54%) consideram que os ciberataques aumentaram face ao último ano

– Mais de um terço (36%) dizem ser provável uma violação com impacto na sua própria empresa já em 2022

– No entanto, a confiança é elevada: 68% dos líderes consideram que os dados da sua empresa estão completamente protegidos

A Mazars, empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lançou o seu relatório “Cibersegurança: a sua rede é suficientemente robusta?”. De acordo com uma pesquisa realizada junto de mais de 1.000 executivos C-suite em todo o mundo, a cibersegurança tornou-se uma das grandes preocupações para os líderes empresariais. Uma “ciber defesa” eficaz tornou-se um ato de equilíbrio para muitas empresas; ter uma rede de segurança forte que amorteça qualquer eventual queda é obrigatório.

Robert Kastenschmidt, Partner e Head of Consulting na Mazars, afirma: “As ciber ameaças estão em todo o lado. Isto não é uma paranoia, é uma realidade ainda que infeliz: todos os dias surgem novos hacks, novas fugas de dados, novos constrangimentos – e novos custos, tanto financeiros como comerciais. Ninguém é poupado. De forma coletiva, estamos a melhorar em termos de prevenção e deteção de ciberataques e na limitação dos seus danos, mas nenhum sistema é infalível. Os avanços tecnológicos que nos podem proteger também fornecem aos criminosos ferramentas mais avançadas, incluindo inteligência artificial, que podem mantê-los bastante à frente das organizações alvo.”

Ganhar consciência sobre o aumento do ciber risco

A pesquisa da Mazars mostra que os líderes empresariais sentem que as ciber ameaças estão a aumentar, com mais de um em cada três a preparar-se para um ataque significativo na sua organização durante os próximos 12 meses.

A mudança percebida é mais notória nos EUA e na Europa, com mais de 60% dos gestores a anteciparem perigos crescentes. As grandes empresas com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares parecem ser as mais preocupadas, mas os criminosos não discriminam, sondando todos em busca de vulnerabilidades, independentemente da dimensão. Jan Matto, Partner da Mazars comenta: “Não é por uma empresa ser pequena que corre menos riscos de ciber ataques. De certa forma, as pequenas empresas correm mais riscos, pois geralmente têm menos pessoas com recursos de cibersegurança e podem não ter controlos internos para identificar e detetar ameaças. No mundo da cibersegurança não é impossível proteger-se se for uma pequena empresa, mas isso requer um caminho de preparação.”

Como medir a prontidão para a cibersegurança

Apesar da preocupação com o ciber risco, a maioria das empresas expressa confiança na sua capacidade de se proteger em caso de ataque. Mais de dois terços dos líderes de negócios (68%) dizem que sentem que os dados de sua organização estão “completamente protegidos”. A confiança é maior nos EUA, onde 80% dos entrevistados se sentem completamente protegidos.

Para os executivos C-suite a nível global, o ciber risco traduz-se, em grande parte, no receio do risco financeiro. Mais de metade (56%) dos líderes de negócios inquiridos colocam as perdas financeiras no topo da lista dos maiores riscos para a sua organização em relação à cibersegurança e proteção de dados.

Confiança ou complacência?

Muitas empresas, especialmente as que atuam nos setores mais expostos, tais como bancos e retalho, acumularam uma compreensão profunda dos riscos e das estratégias de resposta e recuperação necessárias na organização para lidar de forma efetiva com as ciber ameaças. Mas existe, por vezes, uma lacuna entre a realidade de TI e a confiança dos gestores sobre o grau da sua proteção.

Comentando sobre o ciber risco no setor do retalho, a Partner da Mazars, Isabelle Massa, afirma: “Quando lidamos com dados privados de clientes, incluindo números de cartões de crédito, precisamos de ter muita confiança. E os retalhistas estão a levar a cibersegurança a sério – fazem isso há anos. É por isso que parecem confiantes. A minha conclusão é que nunca sabemos ao certo, por isso é melhor estarmos preparados. Este é um setor que está constantemente em risco.”

Não falamos de se, mas de quando: cinco pilares de defesa

Uma defesa robusta contra ciber ataques depende da capacidade para os identificar, prevenir e detetar. A resposta e a recuperação pós-ataque precisam de ser cuidadosamente planeadas e amplamente testadas. Neste relatório, são explorados cinco pilares para uma defesa inteligente contra ciber ameaças: identificação, prevenção, deteção, resposta e recuperação.

Fortalecimento da rede de cibersegurança As ciber ameaças vieram para ficar e a tendência é que continuem a piorar. Essa é a realidade da perceção que se consegue recolher do C-suite, conforme reflete o barómetro anual agora publicado. Os líderes empresariais não têm escolha a não ser viver com essa realidade e lidar com ela da melhor forma possível. Muitos estão confiantes de que podem resistir a ataques significativos, mas por que razão desafiar o destino? As seis principais lições da Mazars para sobreviver e prosperar num mundo cibernético são projetadas para estimular a ação, com relevância não apenas para os líderes de negócios e equipas de TI, mas para todos os colaboradores.

Para Ivo Morais, Audit & Assurance Senior Manager da Mazars em Portugal, “é fundamental ter consciência que a superfície de ataque aumentou de forma significativa e vai continuar a aumentar com a dinâmica criada pelo processo de transformação digital e mudança nos modelos de trabalho. Este efeito coloca ainda maior pressão no processo de avaliação de riscos subjacentes aos sistemas de informação, com consequências reais na atividade das empresas, não só em termos de incumprimento de matérias legais e regulamentares, tais como a violação da política de privacidade, mas também no que respeita à garantia da continuidade do negócio, ainda que estejamos muito seguros quanto à política de cyber security e modelo de governo implementado pelas empresas. Os riscos provenientes dos ciber ataques, bem como a complexidade dos mesmos, é cada vez maior, por isso resta-nos fazer o que está ao nosso alcance garantindo avaliações de risco regulares, execução de testes de efetividade das políticas implementadas, monitorização adequada das informações que são críticas e garantir a existência de um plano de Disaster Recovery que responda de forma adequada e célere aos desafios atuais.”