Ser ou não ser Cloud? Eis a questão que atualmente as empresas se debatem.

Hoje utiliza-se o termo Cloud para tudo o que “mexe” no mundo do software, e mesmo hardware. Tudo agora é Cloud!

Começamos em busca de uma solução para o nosso desafio de negócio e aparece a solução tecnológica Cloud. Vamos a um evento de tecnologia e, mais uma vez, há uma parte dedicada ao Cloud. Constantemente ouvimos: “O Cloud é que é!”. Ainda há poucos dias participei numa mesa redonda onde se discutia a Cloud na Administração Pública.

Numa perspetiva prática, para quem não tem ainda sensibilidade ao tema, em particular para quem não é das áreas tecnológicas, este artigo pretende dar uma visão simplificada do que é, por onde começar e o que se pode ganhar com soluções de Cloud Computing nas empresas. É natural que alguns profissionais das tecnologias possam achar o texto superficial, mas o objetivo é mesmo dar a conhecer a quem não é da área de Sistemas de Informação (SI).

Cloud Computing não é de facto uma coisa nova, é sim a natural evolução da “commoditization” de algumas funções dos SI (tal como são a água e a luz), razão pela qual é hoje fácil colocar os nossos sistemas e datacenters à guarda de empresas especializadas, mantendo ou melhorando os níveis de serviços dos sistemas e aplicações da empresa.. De uma forma simplificada, este novo jargão Cloud, que está na moda das Tecnologias de Informação (TI), é a capacidade de colocar parte (ou todas) soluções algures na Internet e usar essas soluções sem querer saber onde estão os servidores localizados. O que importa é que garanta um serviço fiável, seguro e com melhor desempenho.

Ora, com esta pequena descrição automaticamente compreendemos que há muitos anos que a maioria de nós é utilizador de pelo menos um dos serviços mais básicos na Cloud: o email. Basta pensar que há muitos anos, milhões  de cidadãos utilizam os serviços Hotmail, Gmail ou Yahoo!. Logo, será este conceito novo? Não! O que está a ocorrer é que a maturidade deste conceito está em vias de ser alcançada no mercado empresarial, e no seu arranque na Administração Pública.

A consolidação do conceito e a oferta Cloud no mundo empresarial e da Administração Pública divide-se simplificadamente em 3 grandes possibilidades: infraestruturas, plataformas de desenvolvimento e software/aplicações standard.

A componente de infraestrutura, tecnicamente denominada por IaaS – Infrastructure as a Service, disponibiliza online servidores, memória, capacidade de processamento, espaço em armazenamento (Gb, Terabytes ou Petabytes).

As plataformas de desenvolvimento, ou PaaS – Platform as a Service, traduzem-se na capacidade disponibilizar ambientes técnicos para a criação de novas aplicações de negócio para as empresas, como se estivessem dentro da própria empresa.

Finalmente, as soluções de software Cloud, isto é, de SaaS – Software as a Service, permitem às empresas usar plataformas de CRM, de Faturação, de Recursos Humanos, de Gestão Documental, de Compras, entre outros, de uma forma standard e comum a outras empresas, pois na realidade os processos são semelhantes entre si nas empresas.

Neste sentido, conceptualmente, não interessa aos colaboradores das empresas e/ou Administração Pública saberem onde está a aplicação, se hoje já interagem diariamente através de um browser de Internet! O que lhes interessa verdadeiramente é que funcione!

Ora é aqui que começamos a ter a necessidade de, estrategicamente, perceber que aplicações e soluções devem ou não as empresas colocar fora dos seus datacenters. Provavelmente, a maioria das empresas em Portugal podem ter efetivamente mais de 50% na Cloud, pois os seus processos de backoffice de SI são efetivamente standard e sem vantagem competitiva versus o ter de garantir custos internos de gestão e de equipas, de gestão de software e hardware, etc.

O passo inicial de adaptação é que comecem nos processos “sem valor real” diferenciador do negócio como as infraestruturas de email, de partilhas de ficheiros, entre outras. Quando estiverem mais sustentadas e “maduras” nestes processos Cloud, poderão certamente subir na arquitetura até às aplicações principais.

Há uma certeza: “Ser Cloud” é a resposta à pergunta deste artigo! O modelo é que deve ser cuidado, iniciado por bases simples e de forma sustentada.

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Um comentário

  1. Gostei do artigo. Sou da área de SI (trabalho com SAP) e o conceito “cloud” faz, de facto, parte do meu quotidiano e de todos os stakeholders que comigo interagem. Este artigo permite, realmente, compreender de forma simples o princípio do que é “ser cloud”. Mesmo eu sendo da área de SI confesso que aprendi com este texto. Obrigado e continuação de um bom trabalho.

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