Felizmente para alguns, infelizmente para outros, a febre dos Pokemons já não assola tanta gente em Portugal e as nossas vidas ficaram mais ricas com a prova do conceito dos jogos de Realidade Aumentada – afinal, quantos jogadores saíram de casa para apanhar mais um Pikachu? Quantos jogadores não se importaram de passear o cão, fazer as compras de casa, acompanhar os avós?… O termo técnico é “exergame”- um jogo onde apostamos O Pokemon GO foi o início de uma sociedade mais colaborativa e unida? Não sei, mas a Realidade Aumentada usada desta forma massiva transformou o nosso comportamento social.
De que forma isso transformou também os espaços duma cidade? O usufruto dos espaços urbanos com elementos digitais claramente reformula o significado desses espaços, das pessoas nele… E que oportunidades surgem para o Marketing e vendas? Para o cinema? E, claro, para outros exergames?
A utilização de hologramas no espaço já foi abordada em diversas obras pop – sempre com aquele formato pós-apocaliptico de perda total de privacidade e virtualização massiva da comunicação interpessoal. No saudoso “Minority Report” (2002), o interface futurista onde o Tom Cruise arrasta objetos no ar em ecrãs hologramáticos já é hoje uma realidade com os Microsoft Hololens, os óculos de Mixed Reality da Microsoft. Ou quando o mesmo Tom encontrava um holograma à porta duma loja a prometer descontos em produtos, encontramos em produtos como o VisitAR.
A experiência social que foi o Pokemon GO e esta disponibilidade atual de hologramas dá-nos o primeiro passo para a transformação do Storytelling comercial, que inclui a industria da publicidade, videojogos e cinema -trazer a exploração do espaço para a exploração de narrativas.
Imaginem poder acompanhar uma estória ao longo de um percurso onde encontro hologramas em ação. Ao longo de diversos espaços, as bifurcações exigem que decida por onde quero que a estória se desenvolva. Esta possibilidade tira-me da sala de cinema e lança-me para a rua – o cinema do futuro? Pelo menos, uma alternativa. A tecnologia já cá está.
Da mesma forma, interagir com histórias e/ou jogos num local coloca as marcas a interagirem connosco em contexto e em self-service – Vamos elaborar um pouco mais sobre estes dois últimos termos:
– A transformação do Storytelling através do contexto físico acontece quando uma personagem ou uma marca está presente em diversos espaços de forma continuada, de forma sustentável e com os meios analíticos para aferir do sucesso de cada campanha.
– Em self-service porque garante que tudo decorra à medida da comodidade de cada espectador, jogador ou utilizador. E isso influencia o sucesso da ação.
Vou atualizando mais sobre este tema nas edições na Amazon do meu livro.
Mas as estórias estão nas ruas e ganhámos a liberdade de as mudar à nossa vontade – às estórias e às ruas. 😊
[tmm name=”luis-martins”]