Três grandes tendências de IA para acompanhar em 2024

O ano de 2023 foi, sem dúvida, importante para a Inteligência Artificial (IA) generativa, ano em que esta passou dos laboratórios para a vida real, com milhões de pessoas a descobrir um ‘novo mundo’ através de ferramentas como o ChatGPT ou o Microsoft Copilot. A evolução contínua faz com que 2024 seja o ano da consagração para esta tecnologia cada vez mais acessível, diferenciada e integrada que promete ajudar a dar resposta a alguns dos maiores desafios da sociedade atual.

Muito já se viu, mas a Microsoft decidiu partilhar aquelas que são as três grandes tendências de IA para os meses que ainda faltam em 2024.

Pequenos modelos de linguagem

Certamente que já teve a oportunidade de testar o poder dos grandes modelos de linguagem (LLMs), em que basta ter entrado no Copilot para responder a perguntas complexas. Os modelos são tão grandes que podem exigir recursos computacionais significativos para que sejam executados, o que torna o aparecimento de pequenos modelos de linguagem (SLMs) um grande negócio.

“Os pequenos modelos de linguagem podem tornar a IA mais acessível devido ao seu tamanho e acessibilidade”, afirma Sebastien Bubeck, que lidera o grupo Machine Learning Foundations na Microsoft Research. “Diariamente descobrimos novas formas de torná-los tão poderosos quanto os grandes modelos de linguagem e isso deixa-nos bastante entusiasmados”

Os investigadores da Microsoft desenvolveram e lançaram dois SLMs – Phi e Orca – que oferecem um nível de desempenho tão bom ou melhor que alguns dos grandes modelos de linguagem em determinadas áreas, desafiando a noção de que é necessária uma escala para medir o desempenho.

IA multimodal

A maioria dos LLMs pode processar apenas um tipo de dados – texto – mas os modelos multimodais podem compreender informações de diferentes formatos como texto, imagem, áudio e vídeo. Esta capacidade está a tornar diversas tecnologias, desde ferramentas de pesquisa até aplicações dedicadas à criatividade, mais ricas, precisas e contínuas.

A IA multimodal também está a impulsionar o Microsoft Designer, a solução de design gráfico capaz de gerar imagens com base numa descrição do utilizador. E permite personalizar vozes neurais ou vozes com som natural, úteis em leitores de texto, além de ferramentas para pessoas com algum tipo de deficiência na fala.

“A multimodalidade tem o poder de criar experiências mais humanas que podem aproveitar melhor os diversos sentidos reconhecidos aos humanos, como visão, fala e audição”, afirma Jennifer Marsman, Microsoft’s Office of the Chief Technology Officer, Kevin Scott.

IA na ciência

Os especialistas antecipam grandes ganhos em ferramentas de IA concebidas para acelerar as descobertas científicas, com grande parte do trabalho destinado a resolver problemas globais como as alterações climáticas, crises energéticas e doenças.

Para mitigar as alterações climáticas e ajudar os agricultores a trabalhar de forma mais eficiente, os investigadores da Microsoft estão a recorrer a IA para criar melhores previsões meteorológicas, estimativas de carbono e outras ferramentas para uma agricultura sustentável. O mesmo acontece no terreno, com o desenvolvimento de um chatbot que pode processar, por exemplo, a fotografia de uma erva daninha misteriosa fornecendo informações sobre a mesma ao agricultor.

Na área das ciências, os investigadores estão a colaborar no desenvolvimento do maior modelo de IA baseado em imagens do mundo para combater o cancro e estão a utilizar IA avançada para encontrar novos medicamentos para doenças infeciosas, além de novas moléculas para medicamentos inovadores. A tecnologia está a analisar testes e erros científicos – um trabalho que poderia levar anos – em apenas algumas semanas ou meses.

Ainda neste campo da ciência, a IA também está a transformar a ciência dos materiais, uma ampla área focada na criação de novos materiais com propriedades específicas. Uma descoberta recente mostrou o poder da IA e da computação de alto desempenho para acelerar a investigação por materiais para baterias menos tóxicas.