Parar o jogo e dar lugar a uma outra criança parece ser uma missão difícil, mesmo num ambiente diferente do de casa. “É um dos sinais de adição aos videojogos”, alerta Pedro Rodrigues, psicólogo clínico e um dos psicoterapeutas do centro clínico de desenvolvimento PIN – Progresso Infantil, onde decorreu esta experiência que junta pais e filhos numa sessão sobre os desafios que as novas tecnologias estão a trazer às famílias.
Além das explosões de raiva, o interesse quase exclusivo e obsessivo pelos jogos e pela Internet é outro sinal de alerta, a par com o aumento do tempo de jogo, os conflitos, a quebra do rendimento escolar e as mentiras sobre o tempo que se passa a jogar. A perda de outros interesses, a fuga às emoções e o insucesso em tentar reduzir o tempo de jogo são outros sinais.
Quando quatro ou cinco destas características estão presentes, Pedro Rodrigues alerta que é urgente pedir ajuda. Aliás, este comportamento aditivo foi incluído em 2013 na última revisão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais.
No estudo europeu Net Children Go Mobile, realizado em 2014, foram identificados alguns casos extremos: 6% dos jovens admitiram que tinham ficado sem comer ou sem dormir por causa da Internet.
No entanto, tirando estes casos limite, os adolescentes portugueses mostraram “resultados em sintonia com a média europeia” ou até mais baixos nos vários indicadores referentes ao uso excessivo: por exemplo, em média 42% dos jovens europeus admitiram passar frequentemente ou algumas vezes menos tempo com a família, com os amigos e deixar tarefas escolares de lado por causa da Internet e dos jogos.
Fonte: https://www.publico.pt/2016/12/27/sociedade/noticia/videojogos-quando-a-vida-dos-filhos-passa-a-estar-centrada-num-ecra-1756154