Evento marcado para 7 de maio é a 9ª edição de uma série de encontros que já juntou mais de 400 profissionais. Hyphen pretende realizar mais 2 meetups este ano, um no Porto e outro em Lisboa.
A 9º edição do Meetup UXpress Yourself é já no dia 7 de maio, às 18h30, no espaço de coworking LACS Anjos, em Lisboa. O tema deste evento para profissionais de UX e design é a Mobilidade e entre os oradores, estarão Joana Teixeira, UX Lead no Grupo Brisa, e Mariana Barros, Product Design Lead na tb.lx by Daimler Truck.
A organização, a cargo da Hyphen, empresa do Grupo Tangível, espera cerca de 70 profissionais de UX e design, mantendo o elevado nível de participação da edição anterior, que contou com mais de 90 pessoas.
O debate abordará temas como:
- A experiência do utilizador em diferentes meios de transporte;
- A digitalização do transporte e os seus impactos na UX;
- Sustentabilidade e o futuro da mobilidade verde.
“Na Hyphen, acreditamos que o design tem um impacto direto na forma como as pessoas vivem e se deslocam. Sabemos que o design tem um papel fundamental na criação de experiências digitais mais humanas, intuitivas e inclusivas.
Queremos promover uma conversa sobre como o design pode contribuir para soluções que façam sentido no dia-a-dia de quem está em constante movimento, especialmente num setor que envolve perfis de utilizadores tão diversos como motoristas, gestores, técnicos e passageiros”, explica André Carvalho, co-CEO do Grupo Tangível.
“A abordagem centrada no utilizador transforma a forma como se pensam e desenvolvem soluções de mobilidade, tanto no setor público como no privado. As técnicas de UX (User Experience) permitem mapear com mais precisão as necessidades, frustrações e comportamentos de diferentes perfis de utilizadores — desde quem depende dos transportes públicos diariamente até quem gere frotas ou opera plataformas de mobilidade partilhada.
Ao aplicar métodos de pesquisa, prototipagem e testes contínuos, o design de experiências digitais ajuda a tornar os serviços mais acessíveis, eficientes e inclusivos. Em vez de soluções genéricas, UX considera o contexto real de uso e procura melhorar, de forma contínua, o percurso do utilizador — seja ele físico, digital ou ambos”, acrescenta o responsável.
Em 2025, a Hyphen prevê a realização de mais 2 meetups, um no Porto e outro em Lisboa. A adesão dos profissionais a estes eventos presenciais tem aumentado desde a pandemia. Com a maioria dos profissionais desta área em teletrabalho, ou em regime híbrido, estes eventos trazem oportunidades únicas de networking e partilha de experiências com quem passa pelos menos desafios.
A evolução e as tendências em UX
A inteligência artificial vai transformar radicalmente a prática de UX. Desde a automação de tarefas repetitivas até à criação de experiências personalizadas em tempo real, o papel dos designers vai mudar – mais foco na curadoria, na ética e na interpretação de dados.
“Também vemos uma aposta crescente em design inclusivo, acessibilidade e sustentabilidade digital, temas que refletem preocupações sociais mais amplas. Finalmente, UX vai continuar a aproximar-se da estratégia de negócio, com métricas cada vez mais ligadas ao impacto real nas pessoas e nos resultados”, revela André Carvalho.
“Os maiores players – desde tecnologia e banca até saúde e retalho – perceberam que a experiência do utilizador é uma vantagem competitiva real. Hoje, a diferenciação já não se faz apenas pelo preço ou funcionalidades, mas sobretudo pela simplicidade, fluidez e utilidade das experiências digitais.
A maturidade reflete-se na aposta em equipas internas de UX, design systems robustos e métricas centradas no utilizador. Ainda assim, apesar dos avanços, muitas organizações continuam num modelo reativo, onde UX entra tarde no ciclo de desenvolvimento, em vez de ser um motor estratégico desde o início”, aponta.
No setor da mobilidade, tem havido um grande evolução, liderada pelas startups que têm surgido neste setor, que têm, por natureza, um foco muito grande na resolução dos problemas dos utilizadores. Isso fez com que as grandes empresas estabelecidas começassem também a mudar a sua forma de trabalhar, criando equipas de UX e mudando progressivamente o seu foco, como é exemplo o Grupo Brisa.
Portugal tem seguido esta tendência, mas a um ritmo mais lento. Ainda há uma grande disparidade entre empresas com equipas maduras em UX e outras onde o design é tratado como algo “estético” ou acessório.
“É preciso mudar a cultura organizacional – colocar o utilizador no centro tem de deixar de ser um slogan e passar a ser prática. Isso implica envolver UX desde o início dos projetos, investir em pesquisa contínua e garantir equipas multidisciplinares que trabalhem em colaboração real.
Também é essencial valorizar o trabalho estratégico de UX, que vai além das interfaces: compreender comportamentos, desenhar jornadas, melhorar processos e criar experiências consistentes. E claro, capacitar as equipas, com formação, partilha de boas práticas e espaço para experimentação”, conclui o responsável.